para sentir o sol
essa capacidade de desabrochar
até amadurecer os frutos
esta força de superar os golpes
dos ventos fortes
das chuvas das geadas frias
das secas e das terras ardidas
o nascer que pode viver
das sementes e vencer
ou raiz que pode morrer
antes de germinar
ramos mortos sem vida
um peso inerte na terra
eu sempre socorro uma flor
e espremo a minha carne viva
para ser a substancia nutritiva
a alimentar a esperança sentida
na flor que outrora foi moribunda
a ficar mais sólida e enraizada
capaz de sarar suas feridas
eu dou a minha vida por ela
e eu sei que ela sabe
que se leva a minha energia
o meu corpo cairá morto a seu lado
e na terra onde cresce
será o adubo que a terá ajudado
a crescer forte e bela
morto estou deitado com ela
…que venha alguém
(então agora)
para cuidar bem dela…