«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»
«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»
sábado, 19 de janeiro de 2013
almas e corpos em orgia
retirei a capa dos meus sonhos
a andar por ai nas noites escuras
e em golpe rápido cortei-lhe a garganta
para que a sua voz tentadora
não enfeitice mais ilusões
ainda a confundo nas sombras
abano a solidão para ter a certeza
que afastei todo o sofrimento
já não está quem não chega
a chuva de hoje lançou à sarjeta
esta falsa vida de querer ser
este inexplicável olhar de ver
almas e corpos em orgia
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
vem beber um copo comigo
traz o inverno este frio
das nuvens já caem as cores
e ouve-se seus gemidos no céu
e a terra
está cinzenta e pálida
pede o branco da neve
mas esta não vem - tarda
e Janeiro
é este frialdade sepulcrário
onde só a chuva se delicia
nas árvores doridas
nos frutos em mágoa
da primavera que não chega
e eu
sinto-me a seguir ao contrário
cada noite é mais fria
não há mulher que se desnude
os beijos gelam nos lábios
apenas chove em meus olhos
só o perfume da lareira me acalma
e tu
quebra este gelo feito da dor
traz um garrafa de vinho
eu tenho uma lareira e o calor
vem beber um copo comigo...
das nuvens já caem as cores
e ouve-se seus gemidos no céu
e a terra
está cinzenta e pálida
pede o branco da neve
mas esta não vem - tarda
e Janeiro
é este frialdade sepulcrário
onde só a chuva se delicia
nas árvores doridas
nos frutos em mágoa
da primavera que não chega
e eu
sinto-me a seguir ao contrário
cada noite é mais fria
não há mulher que se desnude
os beijos gelam nos lábios
apenas chove em meus olhos
só o perfume da lareira me acalma
e tu
quebra este gelo feito da dor
traz um garrafa de vinho
eu tenho uma lareira e o calor
vem beber um copo comigo...
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
poema sem palavras
que me secam a alma
que conversam comigo
antes de escrever
discursam e discursam
lado a lado
por fim só
o absoluto silêncio
interrompido
pelo som oco
do pousar da caneta
em cima da mesa
na folha branca
que me enche a alma
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
criação de beleza
perdi os contornos da vida
não foi este sentir que eu queria
em pesadelos que me atormentam
as noites frias e sem magia.
pego numa folha de papel
tento desenhar teu rosto
e fazer-te um destino meu
por onde vagueiam os mistérios
dos prazeres intensos do corpo
mas nunca desenhei o que sentia
cansado e desiludido
troquei-te por um sonho
num breve sono em que morria
e foi ali que te criei
inventei só uns olhos
para cruzar nosso olhar
uns lábios para um beijo
e um corpo para amar
beleza de tão encanto
ou sublime fantasia
porque te criei assim?
não me perguntes a razão
o que sinto dentro de mim
não tem explicação
mas sonhei-te tão leve
quase sem presença
sem pertenceres a alguém
eras apenas minha pertença
que não pertence a ninguém
foi assim que te criei
- beleza em presença -
com o papel em ausência
não foi este sentir que eu queria
em pesadelos que me atormentam
as noites frias e sem magia.
pego numa folha de papel
tento desenhar teu rosto
e fazer-te um destino meu
por onde vagueiam os mistérios
dos prazeres intensos do corpo
mas nunca desenhei o que sentia
cansado e desiludido
troquei-te por um sonho
num breve sono em que morria
e foi ali que te criei
inventei só uns olhos
para cruzar nosso olhar
uns lábios para um beijo
e um corpo para amar
beleza de tão encanto
ou sublime fantasia
porque te criei assim?
não me perguntes a razão
o que sinto dentro de mim
não tem explicação
mas sonhei-te tão leve
quase sem presença
sem pertenceres a alguém
eras apenas minha pertença
que não pertence a ninguém
foi assim que te criei
- beleza em presença -
com o papel em ausência
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
para teu nome encontrar
tanto me agito
nada é imenso
nem intenso grito
de um mar doído
do som da água
de tuas lágrimas
a caírem da lua
tudo é silêncio
a pintar teu rosto
com um poema
de fim de noite
entre meus dedos
fogem pombas
em direção ao céu
onde cintila
o teu olhar
soletro todas
as estrelas
para teu nome
encontrar
nada é imenso
nem intenso grito
de um mar doído
do som da água
de tuas lágrimas
a caírem da lua
tudo é silêncio
a pintar teu rosto
com um poema
de fim de noite
entre meus dedos
fogem pombas
em direção ao céu
onde cintila
o teu olhar
soletro todas
as estrelas
para teu nome
encontrar
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
deixei-te também uma rosa
neste dia frígido de janeiro
julgo ter morrido
talvez quando pensava em ti
dormente do frio
num momento qualquer faleci
recordo-me não querer partir
de ainda sentir que tinha algo
que aqui deixei por fazer
algo que não disse
algo que não concluí
algo que omiti
finalmente lembrei-me
e como não te encontrei
já que o meu tempo por aqui
nesta dualidade de mim
estava a chegar ao fim
pensei então escrever
- eu não queria partir
sem primeiro o dizer:
amo-te
ps: deixei-te também uma rosa
domingo, 13 de janeiro de 2013
em meus braços
sinto que te espero
desde do principio da vida
tenho morrido e nascido
por ai tantas vezes
por entre sonhos
de tantas mulheres
que eu nunca vi
mas que ansiaram por mim
tu já foste quem eras
e de novo voltarás
em outro qualquer dia
não sei que tempo a vida tem
nem os lugares de onde vem
só sei que sempre
parto e regresso
e de lá para cá
bastará uma vez
ao deitar de uma noite
ser um pequeno sonho
para acordares
em meus braços
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