olhos profundos
a esconder o abismo
de um negro passado
doe-me o som silencioso
dos teus gemidos
vejo-te os traços
das feridas por sarar
espaços feitos de soluços
num corpo solitário
onde se encosta a dor
estátua triste rebuscada
obra-prima admirada
por quem se cruza na praça
corpo em tanto pranto
que se expõe à venda
para servir de encanto
a quem por lá passa
jamais foste prostituta
não és como mulher adúltera
és fiel ao teu eterno dom
(com encanto e um corpo lindo)
esperas o teu sonho infindo
eu sei que não és quem és
és pura como deus te criou
tu és apenas mulher
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