«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

sábado, 12 de abril de 2008

MAU POETA!...

























Ando comigo de vez em quando.
A que parte vou com o pensamento?
Sem que ele a mim se vá queixando,
De um comovente poeta em tormento.

Tão mau poeta que é! diz ele:
Faz poemas anómalos ao vento,
Crê que não sente, nada é dele.
Tristeza etérea em vacilo sonolento.

Ao seu lado escrevem famosos,
Em plateias de critica de literatura.
No estilo ideal que torna maravilhosos:
Os seus poemas nas horas de leitura.

Arrasto as minhas palavras nos dias,
Sempre à espera de poemas melhores,
E no momento acabam sendo os piores.
Consumindo as findas lassas de energias.

Vou acabar de novo este dia meditativo,
Com a vontade de terminar esta mentira.
A mim o mundo nada importa ou inspira.
Será que na poesia eu preciso estar vivo?

© Jorge Oliveira


Publicado no R.Letras em 12/04/2008
Código do texto: T942809

sexta-feira, 11 de abril de 2008

NÃO CONSEGUES SER POETA!




























Já é noite! E se faz tarde!
Acabei triste e cansado neste dia.
Por momentos parei e suspirei:
(Não sei se senti cobardia!)

- Não consegues ser poeta!

O que escrevo anda errante… distante!...
Só, eu caminho por um trilho diferente
(se é que existe algum caminho!)
Mas, ao som de silêncio, a lembrança voltou,
Poeta a escrever eu sei que não sou…
Mas poeta sou e serei a ouvir a Vossa voz…
A ler e a sentir os poemas de todos vós!

© Jorge Oliveira

Publicado no R.Letras em 11/04/2008
Código do texto: T941517

quarta-feira, 9 de abril de 2008

PEDRA-DE-CEVAR























Sentiste que descia ao lugar proibido,
Naquele momento louco de paixão
Em que perdemos os dois a razão,
Ao som de um e mais outro gemido.

Como foste tão cruel para mim!...
Quando descolaste aquele beijo
Que tão bem pegado estava ao desejo,
No trémulo instante em que o senti.

Esta cola ainda em meus lábios resiste,
Como mel pegajoso de sabor a cor púrpura.
Magnetismo feitos com opostos de loucura,
Como Pedra-de-cevar querendo unir-se a ti.



© Jorge Oliveira

Publicado no R. Letras em 09/04/2008
Código do texto: T937913
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