
Ando comigo de vez em quando.
A que parte vou com o pensamento?
Sem que ele a mim se vá queixando,
De um comovente poeta em tormento.
Tão mau poeta que é! diz ele:
Faz poemas anómalos ao vento,
Crê que não sente, nada é dele.
Tristeza etérea em vacilo sonolento.
Ao seu lado escrevem famosos,
Em plateias de critica de literatura.
No estilo ideal que torna maravilhosos:
Os seus poemas nas horas de leitura.
Arrasto as minhas palavras nos dias,
Sempre à espera de poemas melhores,
E no momento acabam sendo os piores.
Consumindo as findas lassas de energias.
Vou acabar de novo este dia meditativo,
Com a vontade de terminar esta mentira.
A mim o mundo nada importa ou inspira.
Será que na poesia eu preciso estar vivo?
© Jorge Oliveira
Publicado no R.Letras em 12/04/2008
Código do texto: T942809