«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

quinta-feira, 20 de março de 2014

doce sabor de um amor



dolente o meu olfato
do perfume de teu corpo
divido-te entre duas tonalidades
harmonia ou engano

uma luz a requerer ser contraluz
e o preto a querer ser branco
abstratismo ou realismo puro
impressionismo ou cubismo de picasso
quiçá dali e seu surrealismo
a dar sentido ao teu corpo nu
nos traços e nas linhas curvas
desengano das minhas mãos
obra prima de arte visionada
de quem de fama não tem nada

ébrio fulgor de um veneno
ou doce sabor de um amor


terça-feira, 18 de março de 2014

reduzir a pó os poemas e quem os faz


nos meus olhos o amor se deitou
adormeceu com as memórias de ti
e na cama húmida de lágrimas sonhou
na noite das noites que não têm fim

noite escura onde brilham primaveras
de um ébrio amor de um luar ardente 
vindo de céus de estrelas de outras eras
onde dois corpos se amaram loucamente

e no calor da lareira onde me aqueço
queimo paixões de um desejo bem fugaz
nas labaredas de chamas no firmamento

aguardo o tão esperado silêncio de paz
nas cinzas que arrefecem diante o tempo
a reduzir a pó os poemas e quem os faz


segunda-feira, 17 de março de 2014

eu estou lá fora


sinto-te perdida nesta vida
viras as costas à tua alegria
e ao amor não sentido ainda

sinto o teu corpo em lamento
uma solidão presa num gemido
no grito que me traz o vento

qual dor qual sofrimento
de um olhar já tão dolorido
de tão sagrado sentimento

recorda - amor - este momento
deste sentir a te sentir agora
num suave e breve fragmento

é hora - tenho que ir embora
eu nunca quisera ser violento
com a tristeza que em ti mora

a alegria de mim é o teu alento
abre a porta - eu estou lá fora


domingo, 16 de março de 2014

o início e o fim de uma vaga eternidade


há sempre um princípio e um fim
um olá a uma vida pela primeira vez
e um adeus a despedir-se de mim
uma morte que chega com lividez 

adeus… addio… adieu… adiéos… 
é por do sol a morrer no horizonte
no princípio da noite a nascer a jusante
e a génese a trazer consigo um adeus

e tu que vieste do meu coração – adeus
parte sempre alguém em alguma parte
para gerar um novo mistério de deus

volátil vida a deixar qualquer saudade
sonhos passados que foram meus e teus
o início e o fim de uma vaga eternidade

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