
Tu tens morada segura no verde bosque.
Chão imenso da planície até aos montes.
Onde correm rios entre vales e fontes,
Em silêncio inocente de um leve toque.
Minha alma de carne indefesa te persegue,
Em indolente murmúrio de asas de pureza.
Fraco, procuro-te em caminhos da incerteza,
Entre pétreos retiros do teu fiel albergue.
Ó cruel destino, que emerge e se ergue!
Fel que em doce desejo febril se converte,
Por quem, meu procurar, desespero verte.
Na luxúria da ilusão do sentido que te segue
Ando perdido num ardente desejo erradio
Não te vejo…! neste bosque sinto-me vadio.
© Jorge Oliveira
Publicado no R.Letras em 07/04/2008
Código do texto: T934790