
Estranha ambição
esta de querer juízos
em subtis estados
defraudadores de equilíbrios
de ungidos passados.
Estranho vício
este de fantasias dos sentidos
que me arrepia e cala
as lunações dos silêncios
que jorram na minha fala.
Estranha doença
esta que me tira a presença
deste corpo paralisado no mundo
no templo profanado da minha crença
onde se prega o verbo surdo e mudo.
sim, sinto estranha dor
que me faz chorar sem qualquer lágrima
será este o choro da dor de amor
pelos vivos que não têm alma?
(sim, esses que matam com a luz do horror!)