«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

INTERROGAÇÃO DO DIA




























Distante de tudo
Sinto-me um simples pesquisador
de ódios seduzidos pelas distâncias
do homem neste pequeno espaço
onde todos temos que estar:
interrogo-me se já não esgotamos o amor.
O sentimento parece não ser capaz
de alegrar a almas dos poetas.
Nas veias deixou de correr o sangue
quente que devia aquecer o coração
resfria a garganta tornando asparas as palavras
que trazem a morte ao ouvido.

Quem ainda sente nestes lados
apenas suspeita de uma outra vontade
iluminada pelos olhos da saudade
onde passeiam gaivotas à beira mar

Aqui partiu a luz do dia:
só a noite trouxe este poema
a recordar a memória de um amor
que eu pensei que existia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ROSAS DO OUTONO























Invoco agora neste momento
o prazer rejeitado dos sentidos
vindos com as rosas do Outono,
onde ninguém ainda tocou
(amores virgens de outros tempos).
Cheios de néctar de nenúfares de amor
em breves possessões de desejo
que brotam o prazer em vícios
derramados nos cálices encobertos
nos Hipogeus dos egípcios!

…E são tão raros estes momentos
em que posso conhecer a suavidade
da nudez do corpo da mulher:
o vago sono das rosas do Outono
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