«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

sábado, 8 de dezembro de 2012

matar a tristeza e a solidão



presa entre os seus lábios
jamais resistiu à tentação
tudo o que sentiu foi a dor
a perfurar seu coração
seus olhos castanhos
indecisos entre a vida e amor
apagavam-se pouco a pouco
para revitalizar seu dono
moribunda cai em seus braços
era corpo perfeito inanimado
que partia para outra vida e laços
olhos dourados na noite
sugados pela última gota de vida
a paixão pelo veneno
era mais forte do que a água
agora a sua sede será imortal
e acabará com todo o seu mal
os seus olhos vertem sangue
a escrever a sua alma
da sua primeira satisfação
presa à eternidade calma
a matar a tristeza e a sua solidão

nada




apesar eu sentir
que tudo me escapa das mãos

apesar de este vazio
de uma qualquer recordação

apesar dos sonhos
se entregarem à ilusão

a minha alma molda no barro
as minhas delicadas mãos
que seguraram um centro oco
onde guardam um coração

apesar de este nada
que eu sinto no exterior
no interior de minhas mãos
nada é o tudo de um artesão
que em nada vê amor
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

os teus lábios

 
tento conter-te

nas minhas palavras

suprimo as virgulas

e os parágrafos

os verbos e vocábulos

mas tu apareces

todo sempre

em meus traços

que os meus lábios

puramente ausentes

segredam para ti

quando os teus

estão presentes

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

mais do que te amar



mais do que te amar
é querer-te sedenta de paixão
vencer toda a tua roupa
e nua ser a tua predileção

mais do que te amar
é possuir teu corpo ardente
lamber o teu perfumado suor
e estremecer no seu sabor

mais do que te amar
é ouvir-te respirar ofegante
em sussurros e gemidos
a fazer delicias aos ouvidos

mais do que te amar
é olhar-te e ver chorar
a tua alma em sangue
do teu corpo delirante

mais do que te amar
é ter todos os meus sentidos
a sentir o teu prazer
que me pode fazer morrer

mais do que te amar
é o amor que recebo ti
e que vai fermentar em mim
para maior a ti poder voltar


não chora somente sente



chove lá fora
eu não tenho onde abrigar
o meu coração
e a chuva cai dentro dele

a água escorre
pelas minhas veias
lavando minhas alegrias
das lágrimas não choradas
nos olhos de um ser
de volta à inocência
da criança mal amada
num qualquer amanhecer

este ser de alma molhada

não chora somente sente

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

pequeno poema




a noite deu-me um sonho teu

onde fiz um  G R A N D E  poema

numa tão pequeno verso

em simples fragmento meu


quando sinto a tua alma presente

faço do ínfimo I M E N S O
 
e eu  -  exíguo mortal terreno

vivo unido a um universo inteiro



 
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