«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

domingo, 4 de novembro de 2012

o que a chuva desfaz o meu sonho faz






hoje a chuva caiu lá fora
cá dentro senti-a cair dentro de mim
deixei-a tocar-me devagarinho
para a minha alma de mansinho
poder molhar seus sentimentos
e saciar sua sede
(e lavar este silêncio)

ó, mas como quis sentir a chuva!
passaram-se tempos e tempos
sem dormir…
hoje o meu lençol está húmido
já sinto a água deslizar meu corpo
esta noite vou dormir

o que a chuva desfaz o meu sonho faz

sentidos presos



os meus sentidos
ficaram presos nos meus erros
nesta solitária onde habito

escorrem nas suas paredes
as palavras que não digo
que se desfazem no chão frio e escuro

uma gota de uma palavra

ou uma lágrima não chorada
(sei lá eu já!)
torna-se no meu sonho do amanhã
ontem também era assim
e aqui sempre preso neste lugar
divido o passado com o futuro
e neste tempo presente
eu sempre, mas sempre
sei o que a minha alma sente

já assim foi ontem
este momento também assim é
e amanhã assim será

não sei quando irei morrer primeiro
se ontem, hoje ou amanhã

Mas que importa:

quem eu chamo não vem
e se chamaram por mim eu nunca fui

e agora não ouço vozes de ninguém

não me censuro nem posso censurar alguém
se tão pouco hoje estou aqui presente


os meus sentidos
estão presos nos meus erros


qual solitária perdida

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