«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

LEMBRA




























Lembra-me um dia
sem que eu te peça
do verso esquecido
que no teu corpo ficou
na noite impiedosa
de tanto amor e fulgor
Certeza e paixão fechadas
na palma da mão
Não estendas então
essa memória de palavras
onde vindas do nada
cada se transformou
cuidadosamente lapidada
pelos corpos em verso nu
banidas de qualquer tema
onde coube a vida inteira
outra vida de outra maneira
apenas sentida num poema,
escrito nesta lembrança sem lema.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

OLHAR SOBRE SEU CORPO


























Aquele olhar no seu corpo à janela
Seus cabelos sobre os ombros nus
Explodiu tantas sensações à meia-luz
Oh como eu a quisera sedutora e bela!

Que vontade imensa de ser só dela
Qual Afrodite que a todos seduz
Meus olhos foram chusma de zulus
Em corte subtil de alguém que apela

Oh como eu vi palpitantes seus seios
Que suas mãos escondiam bem cheios
Dentro do soutien preto a colar ao peito

Em castidade ardente velei outro mundo
Onde senti meu membro erecto lá fundo
Penetrando seu sexo deitado no seu leito.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

ORA RESPIRO ORA SUFOCO
























Tão perto sinto
a vida como a morte.
Estremece o meu ser
de puro prazer
por tanto viver
ou por estar a morrer?
Ténue respiração
indispensável à vida,
ténue sopro alveolar
que não supera a morte.
Estado de vigila
para os sentidos alertar.

Coma vegetativo
em sono crepuscular.
Pássaro frágil surpreendido
hesitante entre a vida e a morte.
Lenta ponta de lança lançada
pelo passado de bruma passada
que continua equilibrada
entre o vigor e o terror.
Duelo aceso
entre o eclipse de fogo
e a sombra da tenebrosidade.
Curva seminal
que gera vida baseada
no corpo, no rosto,
nos lábios, língua,
seios e sexo
e nos limites da imaginação.
Veneno infernal
que rasga a alma
desventra os olhos
líquidos escorrendo do silêncio
a penumbra de um talvez…
E por ai
ora respiro ora sufoco.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

...MAS OS TEUS CABELOS!




























Lembra quando
tocares os lábios de outro
esses teus lábios eu beijei
Quando dizeres amo-te
esse teu coração eu amei
Quando te deres ao prazer
teu corpo eu já o provei;
...Mas os teus cabelos!
- os teus cabelos -
Ainda meus dedos perdidos estão
em silêncios que só eu sei,
pousados num amor de segredos
Toca-me o amor sem uma palavra
apenas o tacto do desamparo
de uma alma que te manda recado:
- foi assim, e a ser assim:
há uma parte de mim dentro de ti
detida por entre os teus cabelos
um rumor que nunca deixarás de sentir
o som da erva na suavidade dos meus gestos.
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