«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

sábado, 7 de novembro de 2009

inventa-me com os teus dedos




























inventa-me com os teus dedos
dá-me todos os teus sentidos
descreve-me nos gritos
de teus ardentes gemidos

entrega-me apenas o teu corpo
deixa a tua alma para outro
quero-te sem as regras formais
(mesmo que seja por pouco)
quero-te a sós, a ouvir teus ais

deixa que as tuas mãos moldem as palavras
escondidas no corpo que nunca as diz

fundi-te a mim no instinto da sedução
da avidez da carne faminta de tesão
ou castra-me com este segredo
inesgotavelmente carente pelo medo

inventa-me com os teus dedos
mas não ouses me dar um sexo
o suave toque de tuas mãos sem nexo
podem fazer vibrar todo o corpo
(apanharás os cacos por ai no chão)

Como é grande este desejo em mim
e eu não lhe sei por um fim…

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

simplesmente o mundo respira




























dispo a sombra do meu sentir
semeio na terra poemas inventados
sem as raízes das palavras
desprendem-se todos os sonhos

não sei que poemas são estes:

simplesmente o mundo respira
para além do meu silêncio
e tudo cabe dentro deste desejo

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

o meu sono azul



















para quê esta inquietação
quando me deito na areia
à beira mar com a lua
se me aconchegam as estrelas
e na água flutua o beijo
que vai aquecer o horizonte?

o meu sono azul acorda sempre
no fundo branco do mar

terça-feira, 3 de novembro de 2009

nos teus olhos nascem gaivotas à beira mar





















encontro um lugar no céu
que aquece meu corpo na terra
feito das saudades dos passos de verão
sob esta estranha leveza do frio de outono
decomponho o silêncio do teu olhar:

nos teus olhos nascem gaivotas à beira mar

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

foi tão breve o momento




















foi tão breve o momento
em que gritei o vazio
no reencontro com a vida
tão irreal este delírio
devaneio dos sentidos
neste ritmo certo:

a fragilidade do ser
estilhaçado ao vento

a existência sorriu
na sombra colorida!

não me digas adeus




























não me digas adeus
deixa aberta essa porta branca
dá-me ao menos a esperança
de um dia te poder encontrar
mesmo que em outra vida e lugar
(não me deixes com esta ânsia)
quem sabe se quem espera alcança!

guardo para sempre comigo
uma leve flor para te dar

domingo, 1 de novembro de 2009

não me olhes assim























castiga-me
pela vontade de te querer
dissipa-me o pensamento
confessa-me que não me queres
inveja-me com o corpo de outro
diz-me que não és minha

mas não me olhes assim
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