
Olhei a onda de fogo
a trazer a flor anunciada
numa lágrima salgada
de um breve desgosto
Abracei o altar devoto
nos confins dos tempos
no vermelho celibato
que escutei nos ventos
Nas etéreas mágoas abstractas
Sacudi figuras do nada
em fonte cristalina de poetas
feitas da pedra que meditava
Era frágil aquele olhar
pudesse eu parar por ali
até à sombra escura do luar
pudesse ser breve – sim!
Não, não espero este viver
(seria pouco interessante)
que Deus me leve este saber
em pétalas de céu fulminante.
© Jorge Oliveira
Publicado no R. Letras em 16/05/2008
Código do texto: T992490
FRÁGIL OLHAR