«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»
«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»
terça-feira, 17 de novembro de 2009
dentro de casa
chego à noite
e tropeço nos corpos da rua
peço licença para entrar em casa
tento esquecer o que me lembro
e lembrar do que não sei
abro a porta e existe o momento
que expulsa a memória
dos braços no ar que não consegui
salvar no mar lavrado pelas palavras
deixados lá fora no inferno real
eu entro com a improvável certeza
do abandono dos fantasmas de dia
branca toalha que me limpa o corpo
para não me confundir com o de outro
reconheço pouco a pouco os meus dedos
os meus braços que se abrem como asas
na cor incerta do crepúsculo fosco da luz
como cinza que cai na falsa linguagem
pintada nas paredes das ruas de fora
A cal ferve agora dentro de casa
mesmo que não me reconheça
reprimo a imagem do meu reflexo
onde há-de guardar o não sei quê
de um corpo no exterior em falta
pouco importa o significado desta alma
letal lá fora com o som da palavra
mas viva em silêncio dentro de casa
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1 comentário:
Saudades poeta, Um poema mais lindo que o outro...
Fico feliz demais ao ver sua obra literária...
O mundo blogueiro só tem a ganhar com sua presença e escritos dignos
do grande poeta que vc é, de fato.
Há alguns dias não vinha aqui, aproveitei e me alimentei de
uma farta porção de sua inspiração...
Hoje vim te ler, e compartilhar com você um presente:
Sou a poetisa da semana no Blog do VALTER POETA e
é claro, gostaria que lesse, e caso queira, opine.
É sempre pra mim um prazer e uma honra saber sua concepção,
sua opinião, seu parecer.
Te espero...
http://valterpoeta.blogspot.com
Beijinhos... Glória
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