os meus sentidos
ficaram presos nos meus erros
nesta solitária onde habito
escorrem nas suas paredes
as palavras que não digo
que se desfazem no chão frio e escuro
uma gota de uma palavra
ou uma lágrima não chorada
(sei lá eu já!)
torna-se no meu sonho do amanhã
ontem também era assim
e aqui sempre preso neste lugar
divido o passado com o futuro
e neste tempo presente
eu sempre, mas sempre
sei o que a minha alma sente
já assim foi ontem
este momento também assim é
e amanhã assim será
não sei quando irei morrer primeiro
se ontem, hoje ou amanhã
Mas que importa:
quem eu chamo não vem
e se chamaram por mim eu nunca fui
e agora não ouço vozes de ninguém
não me censuro nem posso censurar alguém
se tão pouco hoje estou aqui presente
os meus sentidos
estão presos nos meus erros
qual solitária perdida
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