«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O DIFERENTE É IGUAL

























As minhas mãos são de barro
tentam esculpir outras formas
de sentir a poesia…

Moldo formas iguais
e já não sou capaz
de ser diferente
a criar formas reais
ou imaginárias…

As palavras ou se derretem
com o calor imenso da fornalha
ou se partem com frio da alma…

Pego nos cacos
e fechei-os dentro do armário
restam os utensílios desarrumados
na angústia e tortura
das páginas do livro branco
borrado e pisado pelos tempos
(nem há formas de medos!)

Já não posso mais…
As minhas mãos são de barro
os meus sonhos estão partidos
e os meus dedos estão quebrados

Só o forno aceso
a queimar a mentira de um passado
espalhando cinzas pelo fundo
na procura de um novo futuro

As paredes da minha oficina
olham para mim pasmadas:
nem o próprio tempo
apagará estas imagens
que não criei nem existem
- o diferente é sempre igual!

2 comentários:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Mesmo as mãos de barro moldam formas diferentes porque a poesia é mesmo assim...

Unknown disse...

Obrigado pelo comentário

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