«que sentir é este sentir dos meus sentidos a sentir?»

«os sentidos são a engenharia da arte e o sentimento o projeto»

terça-feira, 1 de abril de 2008

INSUSTENTÁVEL SEGREDO



























Sentei-me ao lado do meu insustentável segredo
Aprisionado nas raízes profundas da minha mente
Ébrio demente que se esconde num vazio degredo
Interrogando-me da razão porque estou inconsciente

São tantas as noites como esta que discuto com a morte
Do excesso de querer viver num silêncio sufocado de dor
Trazida por ventos insalubres, vindos do ontem sem sorte
Singrando sobre o mar de sangue do meu corpo sem amor

A alegria frágil dos sonhos traz de novo a noite imperfeita
Herdando revoltas do além, do supérstite veneno que resiste
Procuro, revolto-me, grito… trago os nervos como suspeita!
Do vidro que existe a fazer barreira entre o alegre e o triste

Esta ainda não foi a noite magistral para sucumbir à vida
Discurso espavento com o sono tentando lograr a paz
Abrem-se-me as minhas veias desta existência vazia
Assassinadas pelo incêndio dos sentidos, do corpo que jaz

© Jorge Oliveira
Publicado no R. Letras em 03/04/2008
Código do texto: T928813

2 comentários:

Inês de Castro disse...

"Do excesso de querer viver num silêncio sufocado de dor"

Vejo que é conhecedor de gritos de silencio como estes...os das dores..

Fique bem!

IC (A que grita em silencio)

Unknown disse...

Para si IC (Penso ser Inês), muito obrigado pelo seu comentário... o poema "TU AI!", é dedicado ao silêncio, ao silêncio de todos e ao seu "Grito de Silêncio" em especial

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